sábado, 18 de outubro de 2014

Lado A / Lado B

A geração que vivenciou, comprou e amou os LP’s eram acostumados a debater teorias sobre qual lado de determinado disco era melhor. Existiam conceitos e superstições sobre as faixas deste bipolarismo da indústria fonográfica e alguém sempre gostava mais do lado A, enquanto outros optavam pelo lado B.

Depois vieram os CDs e acabaram com os lados! O mundo fonográfico colocara fim as oposições e discussões e agora surgia o pluralismo das mídias compact disc.

Porém alguns decidiram que os LP’s eram legais, e afirmaram, inclusive, que a qualidade do som era melhor e decidiram ressuscitar os LP’s .

Uma inquietação no coração de certos homens trouxe de volta os vinis e todas as discussões inerentes a sua existência, além disto, fomentaram uma nova polemica CDs x LP’s.

O mundo parece-me muito como a historia dos LP’s e CDs. Antes tínhamos posições bem definidas e grandes homens debatendo conceitos e propondo ideologias, oferecendo lados opostos; claro que muitas vezes isto nos afastava e criavam-se barreiras. Contudo o mundo começou a igualar-se, a misturar-se e ser plural! Barreiras caíram e o relativismo trouxe “equilíbrio” às questões divergentes. Parecíamos caminhar para um entendimento de nossa existência e uma valorização do ser em detrimento de sua cultura e ideologias.

Entretanto, apesar do relativismo e da busca por uma sociedade mais igual, a inquietação do coração de alguns homens frente a questões fundamentais, evoca o revanchismo, a rivalidade e a o hedonismo.

Evidente que homens continuam tendo suas questões e quando se sentem ameaçados se protegem com barreiras e muros.

E a Igreja? A igreja se mostra semelhante. Tivemos um período de sincretismo religioso e relativismo teológico, que de certa forma, pendura em muitas comunidades. E agora ressurgimos marcando posição e levantando barreiras.

Este entrincheiramento separa irmãos, divide famílias, mas parece ser a única forma de se proteger do mal.

Ter um lado significa opor-se ao outro, levantar um enfrentamento e, talvez, separar-se.

Mas neste momento Deus revela uma solução mais conciliadora, A graça! Esta solução não é simplesmente paliativa, pois é a exclusiva peça que se encaixa em todos e serve pra tudo, tanto que a denominou multiforme.

Por isto devemos estar dependentes da multiforme graça de Deus, caminhando até o final, orando para não vacilar o pé nem para direita nem para esquerda e optando sempre por um por um lado. Seja ele A ou B.

É este o único poder que pode convergir os diversos pensamentos e ideologias em um propósito único, a comunhão. E a comunhão desfaz barreiras, derruba muros, trás aceitação, cura ferida e seca lágrima.


Por Wanderson S. Santos

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