O Tempo

Por Tiago Mota. 

“É ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes...” [Daniel 2: 21] 

Povo amado e querido, que bom mais uma vez pensar sobre a palavra escrita da Pessoa que nos dá unidade, preparados? Vamos lá ...  

O texto acima está no meio de um contexto muito conhecido das escrituras, o mesmo nos traz o jovem Daniel, interpretando o sonho do rei Nabucodonosor, para entendermos melhor essa passagem, vamos meditar, ela acontece em meio ao segundo mandato desse rei, nesse meio tempo o governante tem um sonho e fica perturbado e perde o sono (v 1), após a noite mal dormida, ele manda chamar todos os magos, encantadores e os caldeus do reino, para interpretarem o sonho que teve, e os mesmos não puderam interpretar o sonho por um motivo, Nabucodonosor não sabia o sonho que tinha tido, os mesmos homens tentam enrolar o rei, dizendo que isso é impossível, e que nenhum mortal poderia fazer tal feito, o rei percebe que eles tentam ganhar tempo, e no mesmo momento mostrando o seu lado de líder duro, o rei manda na mesma hora matar todos esses homens que se diziam ter o poder e toda ciência para desvendar o estado metafísico de todo ser. 

Resultado único, o rei se enfureceu com aqueles mentirosos, morreram pela ordem do sonhador, isso mesmo, todos foram para a vala comum, e isso gerou uma carnificina geral da época para com os sábios da Babilônia (v. 13), na verdade eles não sabiam, eles não eram capazes, este pedido estava além de seus truques aprendidos pelo diabo, então, todos os sábios deveriam se juntar a vala comum dos mentirosos, então procuraram a Daniel e seus três amigos para os matarem, pois os mesmos faziam parte da estrutura dos sábios do lugar, mas Daniel pede um tempo (v. 16), quero aqui pedir sua atenção para o uso do vocábulo tempo, tanto para o tempo que os sábios tentaram ganhar com o rei, quanto o tempo pedido aqui por Daniel, vamos precisar desse espanto do tempo para concluirmos nosso pensamento.  

Daniel e seus companheiros se curvam ao Eterno e clamam ao mesmo que lhes dêem o sonho e a interpretação da experiência de Nabucodonosor, e foi isso que o Eterno fez, deu-lhes o sonho e a sua interpretação (vv 28 à 47), o sonho era um recado àquele rei, dizendo que o tempo dele como governante findará, que o mesmo seria substituído, ente outras coisas (Cf. o texto). Povo querido para entendermos o verso 21, o qual iniciamos a meditação precisamos desse pano de fundo de contexto para ser compreendido literalmente, já o fizemos, podemos entender melhor agora, o verso 21 está falando de Deus, é Ele quem muda o tempo, é Ele que muda as estações, aplicando a primeira verdade que aprendo com o verso, o tempo aqui usado na Septuaginta é “Crônos”, é com ele que os magos tentaram “enrolando” o rei, é o mesmo tempo que Daniel pede para falar com Deus, ou seja, aprendo com essa revelação que todos nós temos que aproveitar de forma sábia o tempo que é nos dado, foi concedido um tempo para os magos, e também para Daniel, com uma diferença, o aproveitamento.  

Ele muda também as estações, aqui está ligada ao tempo que separamos como primavera, verão, outono e inverno, quero aplicar essa parte da narrativa, trazendo para as estações da alma, Deus tem o controle sobre as estações de nosso todo o nosso ser, sobre nossa felicidade ou tristeza, ou seja, sobre tudo. A narrativa do verso 21 continua... Agora ele diz sobre remoção e estabelecimento das autoridades, aqui no caso, um rei, não importa que tempo estamos vivendo, Deus tem o poder de mudá-lo, como lhe apraz, ele é SENHOR.  

Daniel termina o verso 21 afirmando que é o Eterno que dá sabedoria aos sábios, e a inteligência aos inteligentes, aqui aplico que tudo o que temos ou somos, vem de Deus, se alguma coisa boa há cá dentro é por que Deus o deu, e por que Ele, apenas Ele é digno de receber toda honra, glória e louvores para sempre, temos que matar o nosso ego, como uma frase de um pensador desconhecido: “O ego é um ídolo que ainda precisa ser quebrado”, e completo essa quebra tem que acontecer “dia-a-dia”, que Deus nos ajude como comunidade de discípulos, que Deus mantenha a Sua santa, poderosa, penetrante palavra (ortodoxia) dentro de nós, e que esse guardar a palavra, esteja em nossa prática (práxis), “dia-após-dia”, “minuto-após-minuto”, “segundos-após-segundos”, e quaisquer tempo que não chegou ao entendimento dos sábios de nossos dias, que essa prática possamos desenvolver todos os dias, até que Ele venha, que seja assim.  

Soli Deo Glória!