sexta-feira, 26 de abril de 2013

Reino dos Céus, Reino de Deus.

“Felizes os pobres no espírito, porque deles é o Reino dos Céus.” (Mt. 5.3)
“Felizes vós, os pobres, por que vosso é o Reino de Deus.” (Lc. 6.20) 


Vemos que Mateus utiliza o termo Reino dos Céus, enquanto Lucas utiliza o termo Reino de Deus. “Mateus prefere falar de Reino dos Céus, mas o sentido é o mesmo [...]. Os judeus evitavam pronunciar o nome de Deus e o substituíam por um equivalente. Céus é aqui um simples equivalente de Deus.”[1] De ambas as formas Deus nos mostra que é rei intervindo na história, fazendo alguma coisa, agindo como um rei bom, se declarando o Deus dos pobres, e colocando os mesmos em situação privilegiada em relação ao seu reino. Ele se mostra generosamente em Jesus na perícope das bem-aventuranças. 

Quanto aos pobres citados no texto convém enfatizar que conforme esta bem aventurança, “a felicidade que todos esperam de Deus vai ser dos pobres. [...] Ouvindo a palavra makarioi todo mundo já sabia que tipo de felicidade se tratava, a saber, aquela que todos estavam esperando de Deus.”[2] Para Queiroz, Mateus “registra uma nova forma de percepção, do que é ser ‘pobre’. Lucas, porém o fez levando em consideração o contraste dos ‘ais’ para os ricos e fartos (Lc 6.20-26). 

Certamente a citação de Jesus “pobres no espírito” não se refere somente à situação econômica. É possível ao pobre ser orgulhoso e ao rico ser humilde, não obstante ser mais comum à situação inversa. De qualquer forma Jesus pelo viés das bem-aventuranças nos traz outra dimensão de mundo e de Reino. A base para esta forma de reino é o amor. Este amor de Deus é revelado à humanidade, nas Escrituras e na pessoa de Jesus (Jo 3.16).

Por Inês Pozzagnolo



[1] A MENSAGEM das bem-aventuranças. São Paulo: Paulinas, 1982. p. 20. 
[2] MESTERS, 1973, p. 16-17.




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