domingo, 24 de junho de 2012

Igreja Perfeita! Redundância ou Antagonismo?

Por Wanderson   S. Santos

É só pensarmos em uma Igreja perfeita e juntamente com essa ideia surgem os velhos chavões. “Não existe igreja perfeita!”; “Igreja perfeita só no céu!”; “Se encontrar uma igreja perfeita, não entre nela, porque certamente você vai estragá-la.” Apesar de entendermos estes pensamentos e suposições não podemos considerá-las como uma verdade absoluta, isto porque eles são baseados na ideia de que a Igreja e as instituições e organizações humanas são a mesma coisa, e também, porque acreditam que a Igreja é formada por seres imperfeitos logo, toda Igreja é imperfeita.


Entretanto a Igreja é perfeita porque ela foi construída naquele que é perfeito e tudo o que Ele faz é muito bom. O que existe então é uma análise superficial do que é a Igreja. Um primeiro ponto que quero abordar é que apesar de sermos imperfeitos enquanto seres humanos, não formamos a igreja das nossas imperfeições, mas sim pelo Espírito Santos de Deus, que é perfeito e nisto é produzido o milagre chamado Igreja. 

Essa Igreja é formada pela comunhão, oração e adoração e isto é restritivo, ou seja, não necessariamente a Igreja perfeita corresponderá ao número de sua instituição humana organizada sob as leis de uma constituição federal.

Se considerarmos, por exemplo, uma instituição eclesiástica com cem membros associados à ela não significa que temos uma Igreja de cem irmãos. Podemos verificar que estas cem pessoas jamais formarão um círculo intimo e equalitário, contudo se inteligentemente buscarem dentre os cem os seus pares e formarem um círculo íntimo para orarem, terem comunhão e adorar isso será a sua Igreja perfeita. 

A proposta de Cristo para a humanidade em formar a Eclésia é muito simples! E sim, é perfeita. Se buscarmos os que temos afinidade para juntos adorarmos em uma só fé, um só Espírito e um só batismo estaremos vivendo a Igreja perfeita.

Claro que o pensamento rápido e raso nos faz interpretar isto como uma proposta sectária e exclusivista. Porém, ao analisarmos as Escrituras saberemos que a comunhão em sua totalidade e em Espírito e em Verdade não pode ser vivenciada por grandes grupos. E como fazer então para que estas Igrejas perfeitas e pequenos grupos não se tornem divisões e aconteça dissensão no corpo de Cristo? A resposta vem do texto do apostolo Paulo que nos orienta a que cada um cumpra a sua parte em que o pé deve ser o pé e olho deve ser olho. Em outras palavras a Igreja deve buscar os seus dons e talentos e seguir o seu chamado. Para isto, surge a função do pastor que deve orientar os irmãos a sempre buscarem os melhores dons. As instituições religiosas de profissão de fé cristã perdem muito tempo e desperdiçam sua energia por não seguirem um principio há muito tempo utilizado pelas grandes instituições e corporações humanas que nada mais é do que o aproveitamento de seus talentos. 
 
Para as empresas o que importa é o talento que um funcionário tem para realizar determinada função e elas investem muito dinheiro na busca pelos melhores talentos, nas instituições religiosas os talentos muitas vezes são desprezados por uma necessidade organizacional, ou seja, na prática temos excelentes ministros de louvor tendo que liderar grupos realizando um trabalho pífio, assim como, temos excelentes líderes de grupos gravando cd's horrorosos. Porque lhes falta orientação ou muita das vezes, planejamento. 

Assim é comum a ideia da Igreja imperfeita, pois ao mesmo tempo que buscam agregar enormes grupos sob uma única forma também utilizam as pessoas erradas para os serviços corretos.

Quando lemos nas Escrituras que devemos suportar uns aos outros em amor temos a mola mestra para que grupos pequenos que são as Igrejas perfeitas não se separem e não promovam o sectarismo, pelo contrário sejam pacíficos e cooperadores. A palavra “suportar” muitas vezes é interpretada como o sinônimo de aguentar assim como o esforço humano que se faz para não ceder. E esquecemos que podemos interpretá-la como dar suporte, ou seja, auxiliar, e particularmente acredito que devemos muito mais auxiliar uns aos outros em amor do que aguentar uns aos outros em amor. 

Dar suporte é o mesmo que amar o próximo e o amor perfeito alicerca a Igreja, que para mim é perfeita.

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